Frequentemente observamos marcas que, ao buscar um apelo digital, estereotipam personagens. Jovens super conectados com celulares de última geração, seja homem ou mulher, demonstram hábitos urbanos, hipster e super hypes.
Esse perfil de público pode representar uma parcela dos internautas, mas não um todo. Nem metade. É o que mostra o estudo “Os Verdadeiros Internautas Brasileiros” feito pela Locomotiva Pesquisa & Estratégia junto a agência Grey.
O estudo mostra a evolução de internautas por faixa etária e classe social, usando base de pesquisas e cruzando dados com IBGE, e plataformas digitais como Facebook e Google.
No ano de 2011, 18% dos acessos a internet eram feitos por crianças de 10 a 15 anos, enquanto 13% dos acessos representavam pessoas de 45 a 59 anos. A projeção para 2019 é de que 9% dos acessos seja de crianças de 10 a 15 anos. Já o público de 45 a 59 representará 21% dos internautas. Ou seja, enquanto o acesso de um público cai pela metade, de outro basicamente dobra.
Se tratando de classe social, temos um progresso considerável das classes C, D e E. Em 2011 apenas 13% da classe D e E tinham acesso a internet, comparado 94% da classe A. Já no ano de 2018, 49% da classe D e E passaram a ter acesso a internet, enquanto 96% da classe A. Já a classe C cresceu de 42% para 77% nas respectivas datas.
Esses números são importantes para entendermos o perfil do internauta brasileiro, traçar um paralelo com o público-alvo da empresa para ser assertivo na comunicação.
Fazer com que o consumidor se reconheça na propaganda é determinante, afinal, é seu target, o responsável por consumir seu produto.
Muitas vezes entendemos que o comportamento daqueles que estão ao nosso redor representam o comportamento de um todo, e isso pode ser um grande equívoco. Temos uma diversidade muito grande, seja de comportamento ou regiões.
Trabalhar o apelo digital de uma marca associando a um comportamento estereotipado pode tornar a comunicação ineficiente. Imagine uma marca tradicional, com 40, 50 anos de mercado se inserir no digital retratando um jovem hipster com metade da idade da marca em suas campanhas.
A chance do público-alvo não se reconhecer na campanha é muito grande. O argumento pode ser de que esse é o perfil do usuário digital. Era. Isso mudou.
Análise quem são as pessoas ao seu redor interagindo com o digital, seja na família, eventos sociais, trabalho, etc. A senhora de 60 anos da mesa ao lado está usando o Facebook. O homem de 40 anos lê notícias pelo celular. A criança assiste vídeo pelo Youtube. A jovem de 25 anos que criamos um imaginário de que passa as tardes tirando selfies para o Instagram, na realidade está pensando em investimentos.
Interpretar o usuário de internet como fazíamos há 10 anos atrás não funciona mais. Pensar que somente jovens estão na internet é um erro, assim como pensar que o digital só consome futilidades.
Fato é que o digital é muito diversificado em termos de público. O lado positivo é que conseguimos ser assertivos na comunicação. O negativo é que podemos retratar um público que não se reconheça na comunicação.
Por isso é preciso estar sempre antenado, entender que as coisas mudam, talvez em uma velocidade maior do que imaginamos, e adaptarmos a comunicação da marca para essas mudanças.
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Referência para o artigo: Meio & Mensagem.